segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Notícia sobre o MOCHO.

O MOCHO concedeu uma entrevista à Revista N, em que falou um pouco sobre o que é e os projectos que tem em mente. Para veres, vai ao site:

http://revistan.org/2008/12/29/estudantes-da-fcsh-criam-espaco-alternativo-de-discussao/

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

NOTÍCIA: FCSH dedica um edifício ao Banco Santander.

Isto realmente há com cada coisa. A FCSH está com falta de infra-estruturas, com falta de materiais, docentes qualificados e apoios aos alunos e, em vez de apostar e dirigir os esforços na qualidade de ensino, decide doar espaço para que se construa um edifício próprio a favor de um banco! Pelos vistos já não bastava sermos obrigados a ter um cartão do Banco Santander para sermos considerados estudantes da faculdade.


Pior, o alvará da construção nem está público! Não se sabe muito bem de onde vêm os fundos para a construção, nem quanto se gasta. De qualquer forma, só o facto de o Director ter aceite tal construção já é uma vergonha e um insulto aos próprios estudantes! Para ser a cereja no bolo só faltava os fundos serem provenientes da FCSH ou da Reitoria da UNL.


Temos uma biblioteca miseravelmente pequena e fria. Temos paredes que caem. Temos ratos na faculdade. Temos uma empresa privada a dirigir o único bar (sem contar com o da cantina), fazendo os preços que bem lhe apetece e que é fechado pela ASAE por falta de condições. Temos frio no Inverno porque não há aquecedores. Temos calor no Verão porque não há aparelhos de ar condicionado. Temos falta de computadores. Temos auditórios arcaicos. Temos salas de aulas sem condições algumas. Temos uma diminuição acentuada nas bolsas (e no valor das mesmas) atribuídas aos estudantes. Temos propinas cada vez mais elevadas. Temos cada vez menos poder nos órgãos de gestão. Mas não há razões de mais preocupação, pois agora já temos uma sede do Banco Santander, construída de raíz, na FCSH!


Isto é tão ridículo que raia o desespero. O ensino já não se encontra à venda. Neste momento, o ensino prostitui-se!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

OPINIÃO: Continuam ocupadas em Barcelona 8 faculdades e a reitoria.

Desde há cerca de um mês para cá, um grupo de estudantes revoltados com o que se passava relativamente ao Processo de Bolonha que tem vindo a ser implementado por toda a Europa e com o sub-financiamento que tem vindo a ser promovido pelo partido de Zapatero no governo (PSOE) no que concerne às faculdades, decidiram ocupar as mesmas e mais a reitoria. Neste momento e após um longo período de luta, esses mesmos 9 edifícios continuam ocupados e não parece que irão desistir muito em breve.


Por cá, a situação é idêntica. Bolonha tem vindo a destruir os alicerces do ensino superior. O RJIES não melhorou, as propinas estão cada vez mais altas, a acção social é cada vez mais diminuta e as faculdades estão em vésperas de entrar na bancarrota. Porém existem diferenças: cá manifestam-se parcas dezenas (talvez centenas) de estudantes. Lá são aos milhares. Cá criam-se plataformas que não conseguem articular com as AE's das respectivas faculdades e com a AAUL, por impossibilidade de diálogo. Lá, colocam-se de parte as diferenças e unem-se todos na mesma luta.


Que falta então cá? Vontade de mudar não é de certeza, senão não existiram os variados movimentos estudantis que existem, embora muitas vezes reduzidos a poucos elementos verdadeiramente constituintes. Falta, acima de tudo, capacidade de acção. Existe motivação por parte dos estudantes para fazer algo. O problema reside é no que se há-de fazer realmente. E mesmo quando se chegam a verdadeiras conclusões, falta espaço para se conseguir agir. Há falta de capacidade financeira, de capacidade material, de capacidade humana. Há falta de tudo, menos de vontade.


No entanto, esta notícia dá esperança àqueles que acreditam na luta, que acreditam que é possível mudar, seja por acções directas ou por palavras. O que importa, neste momento e no caos que se instalou, é agir. E agora é a hora.
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Para mais informações vai aos sites:

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Reunião do MOCHO.

Amanhã, quarta-feira, há reunião do MOCHO. Encontramo-nos todos em frente à faculdade às 12.00. Vamos discutir o que fazer em seguida.

Tragam todos ideias para novos projectos.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

OPINIÃO: Em resposta ao ministro Mariano Gago.

Permitam-me que comente a situação financeira das Universidades portuguesas em resposta ao que o ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, proferiu. A situação universitária neste país é, no mínimo, catastrófica. Existe um subfinanciamento incrível, no qual as faculdades são obrigadas a esticar o seu orçamento para poderem dar cobro às despesas fixas (e, se possível, adquirir algum material). Senão, vejamos um exemplo: os 103 milhões de Euros que a Universidade de Lisboa recebe (através do financiamento estatal, mais das propinas) não chegam, sequer, para pagar os ordenados fixos dos funcionários (seriam necessários 109 milhões de Euros). Obviamente, isto limita a capacidade financeira para a UL adquirir novos materiais, contratar docente qualificado ou investir em novas infra-estruturas.

Porém, perante tal cenário, Mariana Gago acusa as faculdades de má gestão financeira, dizendo, inclusive, que “esses dirigentes [maus gestores], eles próprios corrigirão essa atitude ou serão substituídos”. Acrescenta ainda que “compete à universidade encontrar as melhores formas de se gerir e compete ao ministério ajudar as universidades a encontrar as melhores formas de se gerirem”. Pois bem, peguemos então nas suas próprias palavras e façamos uma reflexão através de uma pergunta muito simples: como será possível existirem boas gestões se não existe dinheiro para gerir? Ou julga, porventura, o senhor ministro que a resolução para os males universitários será o despedimento em massa de docentes altamente qualificados, como se tem vindo a assistir já nalgumas faculdades? Terão, assim, as universidades portuguesas a qualidade que tanto almeja, ao reduzir brutal e anualmente o Orçamento dedicado a estas instituições?

Não, senhor ministro, a resposta a este problema não cabe por despedir reitores e colocar lá gestores privados. Nem tão pouco por aumentar ainda mais as propinas levando a uma violação da Constituição Portuguesa que consagra que o ensino deve ser público e acessível a todos. E muito menos se resolve o problema do subfinanciamento colocando as universidades numa situação estratégica que apenas as possibilita a transformarem-se em Fundações Públicas de Direito Privado (como fez o ISCTE e farão mais, com certeza). A solução para este “problema” é precisamente aquela que menos convém ao Estado: financiar a 100% o orçamento padrão, devolver as autonomias aos órgãos de gestão (que foram, desde a implantação do RJIES, sendo sucessivamente substituídos por pessoas de “reconhecido mérito”) e promover um ensino público, tendencialmente gratuito, universal e de qualidade. Tudo o que falta neste modelo de ensino que é praticado nas nossas universidades. Há que fomentar uma acção social que distribua mais bolsas e com um valor maior (utilizando menos burocracias), ao invés de uma redução monstruosa que se tem assistido nestes últimos anos nestes áreas. Isto sim, senhor ministro, é o grave problema das universidades portuguesas. Nunca uma má gestão!

NOTÍCIA: Alunos protestam contra o Orçamento de Estado para o Ensino Superior

Por volta dos 14 horas, estudantes da Universidade de Lisboa começaram a entrar na Aula Magna no edifício da Reitoria para assistir à Abertura do Ano Académico, numa manifestação solene, silenciosa e enlutada. Eram cerca de 600 que, conjuntamente com o pessoal docente e discente perfaziam um total de pouco mais de 800 pessoas.

Porém, um grupo de manifestantes (cerca de 60), não consideravam aquela a forma de protesto mais adequada tendo em conta a gravidade da situação financeira da UL. Envergando uma faixa negra que continha a expressão “Vende-se”, entraram pela Aula Magna dentro e proferiram palavras de ordem como “Governo não paga, UL vai ser fechada” e “Não à privatização”. Cedo toda a plateia estudantil se juntou ao protesto criando um forte coro de protesto, tendo sido a sessão interrompida.

Seguidamente, Paulo Pinheiro, presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL), discursou tendo apelado à movimentação estudantil e que “é esta a hora em que devemos [os estudantes] ser mais pró-activos”. Lá fora, contudo, Bruno Carapinha, antigo dirigente do movimento estudantil nos anos 90 e actual acessor do reitor (que posteriormente se demitiu afirmando que o projecto com o qual se tinha comprometido aquando da sua eleição já não fazia sentido nestes moldes), acompanhado de seguranças, tentou expulsar membros da Plataforma contra o Orçamento de Estado para o Ensino Superior 2009 (que tinham organizado a acção de protesto, em conjunto com outros alunos descontentes).

A acção continuou mesmo após o término da sessão, tendo sido colocadas duas faixas em frente às portas da reitoria e distribuidos jornais da Plataforma que explicavam a situação financeira universitária. A cara de descontentamento dos estudantes era evidente: é esta a hora de agir, de voltar a unir a classe estudantil e de garantir que as universidades portuguesas se mantenham públicas, acessíveis a todos e com qualidade!

NOTÍCIA: Avaliação internacional denuncia défice de financiamento público nas universidades.

A Associação Europeia de Universidades considera que há um défice de financiamento público no ensino superior português, adianta esta terça-feira o Diário Económico.

A associação que avaliou 13 universidades e institutos politécnicos portugueses conclui também que o actual quadro legal limita a autonomia e que os estudantes chegam mal preparados ao ensino superior.

Esta avaliação internacional indica que Portugal tem «um sistema de governação muito complexo, que limita a autonomia das instituições», adianta o Diário Económico.

A Associação Europeia de Universidades considera igualmente que as universidades privadas são descriminadas face às públicas no que respeita à facilidade quanto ao processo de criação de novos cursos e que faltam estudos estratégicos aos institutos politécnicos.

Num comentário às queixas dos reitores, que afirmam não ter dinheiro para garantir o bom funcionamento das universidades, o ministro Mariano Gago defendeu no domingo passado que o problema são os «maus gestores» e que alguns poderão mesmo ser substituídos.
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